abril 30, 2013

“O suicídio assumido
do Estadão”...

BYE-BYE JORNALÕES!!!

Em seu artigo de hoje, 30/04/2013, no “OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA” o jornalista Alberto Dines analisa a “mudança anunciada” do “Estadão”. Em ampla publicidade pela TV, o centenário jornal paulista anuncia o seu “emagrecimento racional” durante a semana e a sua “programação completa” no final de semana...(me engana que eu gosto...)


A verdade verdadeira é que o jornalismo brasileiro, de uma forma geral, não se renovou e não inovou na batalha diária do jornalismo que informa e dá condições para seu leitor “formar” a sua opinião.

Diz, Alberto Dines:

“De repente, a esqualidez coletiva, a magreza como exercício de descartabilidade. O suicídio assumido publicamente pelo antigo Estadão a partir da segunda-feira (22/4) foi compartilhado com uma sensação de alívio pela concorrência. O novo figurino Ersatz – sucedâneo inferior – caiu do céu, presente dos deuses. É extremamente conveniente aos diários ditos nacionais e regionais, finalmente desobrigados de competir em qualidade e densidade.”

E mais:

“A autoflagelação do antigo Estadão é apenas o começo de uma perigosa desertificação jornalística. Se até agora se gastava no fim de semana pelo menos duas horas para ler a safra de jornais e revistas, o tempo de leitura vai se reduzir substancialmente. Pouco adiantará esticar os infográficos, dramatizar os episódios policiais e as abobrinhas oriundas da TV.
Nosso jornalismo esgotou-se, patina na desimportância, incapaz de reencontrar as fontes de vitalidade e renovação. Nem a antecipação do embate presidencial conseguirá aumentar a circulação ou a receita da mídia impressa porque onde não há diversidade, não há surpresas. O inesperado não se sustenta automaticamente.”

E trás um argumento que retrata a sociedade civil brasileira, tão amorfa e indiferente à “roubalheira institucionalizada” e à “descrença propositalmente colocada” das instituições democráticas que os “políticos no poder” tem, sistematicamente, lhe mostrado:

“As elites endinheiradas não gostam de jornais opulentos, substanciosos, preferem a sublime dramaturgia das telenovelas, fingem que são informadas pelas mídias sociais e adoram desfolhar revistas com as irresistíveis citações proferidas por celebridades de shortinho.
Já as empresas jornalísticas, incapazes de multiplicar talentos e há décadas apostando em estrelas fatigadas pela rotina da submissão, começaram a afiar bisturis e guilhotinas, ávidas para cortar custos e gorduras.”

Vamos, cada um de nós, fazer a nossa parte. No jornalismo tradicional e na internet é possível exercer a cidadania necessária e condenar, repetidamente se for preciso, os maus políticos e os corruptos “encastelados”!!!

8 comentários:

Delmanto disse...

O criativo mas decadente “JORNAL DA TARDE” já tinha deixado de circular e, a partir de 22 de abril, o “Estadão” anunciou a reformulação no seu conteúdo e a redução do número de cadernos da publicação. Nessa “racionalização”, deixam de circular LINK, Sabático, C2+Música e Estadinho. O Grupo Estado em mutação!

A análise do experiente jornalista Alberto Dines nos mostra uma triste realidade. O Estadão que representou até meados dos anos sessenta uma “fortaleza na defesa da democracia e da liberdade de imprensa” foi se acomodando na segunda etapa do comando da 3ª geração dos Mesquitas...É pena.

Somente um posicionamento jornalístico firme e agressivo na defesa da cidadania nacional e na defesa intransigente e, diria até radical, da boa gestão dos Poderes Públicos , aliás foi o que deu consistência ao Estadão em sua fase de líder na defesa da Democracia e da Liberdade de Imprensa.
É caso para se repensar a importância dos jornais na formação da nacionalidade.

Anônimo disse...

Delmanto, é uma realidade.É triste, mas é a verdade. Afinal, o Estadão deixou de ser combativo a muito tempo. Não existia mais aquela postura política de quem era posicionado e, exatamente por isso, recebia o apoio através de seus assinantes e de seus leitores fixos. Desde a redemocratização do país, o Estadão passou a ter uma postura que nunca mais incomodou, de fato, o Poder Político. A mudança, realmente, começou quando ele deixou de se engajar na “Frente Ampla” de forma explícita e intensa. No fundo, até apoiaram a UNIÃO de Carlos Lacerda, Jango Goulart e Juscelino Kubischetck pela volta da Democracia e fim do arbítrio... Tem aquela música famosa: “quem sabe faz a hora, não espera acontecer...”
É isso.
Estadão? Faz parte do passado jornalístico do Brasil.
(haroldo.leao@hotmail.com)

Anônimo disse...

Ana Maria Nogueira Pinto Quintanilha (Facebook): Que pena!

Delmanto disse...

É importante o Registro Histórico da atuação jornalística de “O Estado de São Paulo”. Defensor das liberdades e da Democracia, o Estadão”, como passou a ser chamado, marcou com LETRAS DE OURO a sua presença na vida brasileira.
Fundado em 1875, teve em sua direção o jovem Júlio Mesquita, a partir de 1891 até seu falecimento em 1927. Nessa oportunidade, assumiu a presidência do Estadão, seu genro Armando Salles de Oliveira. Era muito boa a relação de Júlio Mesquita com Armando Salles, casado com sua filha Raquel. Do sogro, Armando Salles foi genro, mas também grande e dileto amigo, tendo ambos se associado e realizado empreendimentos, principalmente no setor hidroelétrico, de grande sucesso na Estado. Por expressa indicação de Júlio Mesquita, Armando Salles de Oliveira o sucedeu no comando do Estadão.
Depois, Armando de Salles fundou o IDORT. E, 1931, era instalado o Instituto de Organização do Trabalho – IDORT que teve importante papel na modernização das relações trabalhistas e de organização das industrias paulistas, ficando sempre ligado à FIESP.
Com a escolha de Armando Salles de Oliveira para o Governo de São Paulo, em 1933, como Interventor, graças ao acordo feito por Getúlio Vargas com os Revolucionários Paulistas de 1932.Em 1934, Armando seria eleito Governador do Estado de São Paulo até 1937, quando houve o Golpe de Estado e se instalou a Ditadura de Getúlio Vargas, até 1945.
Infelizmente, problemas familiares ligados à herança familiar, mudou o “entendimento” da história pelos Mesquitas remanescentes: NUNCA mais se citou o nome de Armando Salles de Oliveira... O excelente e revolucionário governante paulista passou a ser omitido pela família.
Assim, consta que Júlio de Mesquita Filho dirigiu o Estadão de 1927 até seu falecimento em 1969.Seu sucessor foi Julio de Mesquita Neto, de 1969 até seu falecimento em 1996.
Com o falecimento de Julio de Mesquita Neto, assumiu seu filho, Julio Cesar Mesquita até a indicação de Ruy Mesquita.
Na terceira geração dos Mesquitas, mais propriamente da família Lara Mesquita, o Estadão fecha o “JORNAL DA TARDE” e anuncia, neste mês de abril, a sua reformulação e adaptação de forma mais econômica e - esse é o projeto -, mais viável.

Anônimo disse...

Sempre gostei do Grupo Estado: Estadão, Jornal da Tarde e Rádio Eldorado.
Era de uma linha impecável até surgirem os primeiros sintomas de má gestão.
Sim, porque crise econômica só enfrenta o órgão de imprensa que não está conectado, como devia, com os anseios da sociedade civil. Ainda na época do Regime Militar, em que se destaque as páginas com receitas e versos, o Grupo Estado começou a sentir o peso de sua situação econômica não condizente com o padrão a que estava acostumado. Empréstimos vieram e com elas a “bola de neve”... No jornalismo, infelizmente, quem começa, aos poucos, a se distanciar do perfil de lutador e muito corajoso, como era o Estadão nos anos 30, 40 e até nos meados dos anos 60, começa a perder a credibilidade e, mais, a perder a fidelidade para o que der e vier.
Ele se enclausurou em seu elitismo como se somente as lembranças e os dias de glórias pudessem mantê-lo no topo do jornalismo brasileiro.
Não deu. Aliás, nunca dá...
(luisroberto-souza@yahoo.com.br)

Beth Muniz disse...

Crônica de uma morte anunciada, pela escolha editorial que fez.
Uma coisa é certa: minha sanidade mental ficará melhor com esta morte. E o Brasil também.
Não precisamos de uma imprensa deste tipo, que sempre jogou contra o país e os brasileiros.
Quem gosta do Estadão não consegue separar o joio do trigo e apoia o que de mais conservador em termos de mídia.
Felizmente, o mundo mudou, e o Brasil também.
Um abraço.

Beth Muniz disse...

Fiz um pequeno juste no comentário anterior.
Um abraço.

Anônimo disse...

Mirian Emilio de Oliveira (Facebook): compartilhou sua foto.
SAUDADE > 19 ANOS, PARECE QUE FOI ONTEM!

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